Rede de alerta, detecção precoce e resposta rápida inicia atividades para evitar invasão de novas espécies exóticas invasoras

Publicado em 14 de outubro de 2019
Rede de alerta, detecção precoce e resposta rápida inicia atividades para evitar invasão de novas espécies exóticas invasoras Créditos: © Mariana Gutiérrez / WWF-Brasil

A Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras iniciou as atividades para a criação da rede técnica para alerta, detecção precoce e resposta rápida que ajudará a evitar a invasão de novas espécies exóticas de flora e fauna que podem causar um grande impacto nos ecossistemas brasileiros. A formação da rede foi discutida conjuntamente com os colaboradores da Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras.

Entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro, foi realizada a 1ª Oficina de Monitoria Anual da Estratégia Nacional, com o objetivo de avaliar o andamento da execução do Plano de Implementação. A Estratégia Nacional provê direcionamento estratégico para a gestão e o manejo de espécies exóticas invasoras no Brasil para um período de 12 anos, até 2030. O Plano de Implementação traz o detalhamento das ações prioritárias para o atingimento dos objetivos e metas definidos na Estratégia Nacional.

Durante a oficina, foi possível constatar que grande parte das ações previstas estão em andamento conforme planejado, também foram discutidos os pontos positivos e as boas práticas para o enfrentamento dos desafios para a implementação integral da Estratégia.

Após a Oficina de Monitoria foi realizada a Reunião Técnica sobre a Rede de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida no Ministério do Meio Ambiente nos dias 3 e 4 de outubro dentro do escopo do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção e foi organizada pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies (DESP/MMA) e pelo WWF-Brasil. Durante a reunião, foram compartilhadas experiências e reunidos subsídios para a formação da rede de alerta, detecção precoce e resposta rápida de espécies exóticas invasoras.

Participaram representantes de instituições, órgãos federais e estaduais como o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado de Rio Grande do Sul (SEMA-RS), Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC); Ministério Público Federal, instituições de pesquisa e academia como Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Lavras (UFLA), e organizações da sociedade civil como o Instituto Brasileiro de Biodiversidade (BrBio), Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental e WWF-Brasil.

Michele de Sá Dechoum, professora de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisadora na ecologia das invasões biológicas, apontou sobre a importância de detectar a tempo potenciais espécies exóticas invasoras “quanto antes conseguirmos detectar a presença de uma espécie é sempre melhor. (…) teremos uma resposta rápida para a resolução desse problema tanto melhor em muitos sentidos, do ponto de vista de impactos sociais, ambientais e econômicos”.

A detecção e alerta de espécies exóticas invasoras representa uma etapa crucial no manejo destas espécies. A prevenção de novas invasões biológicas deverá contribuir para a manutenção do equilíbrio do habitat de muitas espécies nativas brasileiras.

A rede técnica de colaboradores para prevenção, detecção precoce e resposta rápida é uma ferramenta de conservação fundamental que deverá possibilitar a atuação em diferentes áreas, locais e regiões do Brasil. Igualmente, a rede terá a capacidade de detectar a invasão no momento preciso e lidar com as consequências da melhor forma para de fato ter uma resposta rápida.

Rafael Dudeque Zenni, doutor em ecologia e biologia evolutiva e professor de Ecologia na Universidade Federal de Lavras apontou que “uma das grandes vantagens da formação dessa rede de prevenção, detecção precoce e resposta rápida é a real possibilidade de evitar que problemas surjam no futuro. (…) sabemos que muitas espécies introduzidas se tornam invasoras e causam grandes prejuízos, não só à biodiversidade, mas economia e à saúde e sabemos muito bem que prevenir funciona muito mais do que depois tentar controlar, remediar; é muito mais caro e mais trabalhoso as vezes até inviável, você mitigar ou remediar esses impactos. “

A Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras contribui com duas metas globais:

Meta Aichi 9 da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) que especifica que “até 2020 espécies exóticas invasoras e seus vetores terão sido identificados e priorizados, espécies prioritárias terão sido controladas ou erradicadas, e medidas de controle de vetores terão sido tomadas para impedir sua introdução e estabelecimento”.
Meta 15.8 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelece que “até 2020, implementar medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies prioritárias”.

Além da criação de uma rede de colaboradores a troca de experiências e o trabalho conjunto com profissionais que lidam com as espécies exóticas invasoras, a rede também incrementa as possibilidades de agilizar o processo de resposta rápida e evitar o estabelecimento de novos focos de invasão biológica.

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